Em pleno surto, PCR suspende exames que compõem protocolo de detecção da microcefalia, denuncia Priscila Krause
A deputada estadual Priscila Krause (DEM) denunciou há pouco, na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a suspensão, por parte da Prefeitura do Recife, da realização de três exames que compõem o protocolo de detecção da microcefalia, surto que tem em Pernambuco o seu maior foco de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Conforme o ofício 372/2015, desde o dia 13 de novembro – já em pleno surto de microcefalia – foi suspensa no âmbito da administração municipal a realização de vinte exames de sangue, entre eles aqueles voltados ao diagnóstico de toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. O ofício foi encaminhado à deputada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), presidido pelo médico Mário Jorge Lobo.
“Para minha surpresa, eu recebi de ontem para hoje uma denúncia do Sindicato dos Médicos de Pernambuco e eles me repassaram esse documento. Entre os vinte exames, três fazem parte do protocolo para que se tenha o diagnóstico diferenciado de microcefalia. Isso é muito sério porque todos os casos estão servindo de estudo”, afirmou Priscila. A parlamentar lembrou que na data do ofício – 13 de novembro passado – Pernambuco já estava em alerta para os casos, já que as notificações de suspeita de microcefalia em Pernambuco já estavam muito acima da média desde outubro. “Ficamos esse período sem os parâmetros desses exames, o que prejudica significativamente a investigação como um todo. Não podemos aceitar sequer um dia com esses exames suspensos”, complementou.
Vários deputados estaduais presentes à sessão apartearam a deputada e cobraram explicações da Prefeitura do Recife. O líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PTB), sugeriu que a Comissão de Saúde da Casa questione oficialmente a administração municipal sobre a suspensão.
Referindo-se à reunião realizada ontem em Gravatá, que reuniu 150 prefeitos, Priscila elogiou a forma como o governador Paulo Câmara (PSB) tem conduzido o assunto. “Ele está fazendo exatamente como um gestor deve fazer: ele trouxe o problema para ele, sem colocar panos mortos, num assunto extremamente delicado, que tem que ser tratado com todo o cuidado até para que não confirme um clima de pânico”, registrou.
Deixe seu comentário